De leite do bebé

Graça Gonçalves  |  14/05/2020
Como todos devem imaginar, falo com muitos pais diariamente. Assim, tenho o retorno de muito do que se passou durante este período de confinamento nas diferentes famílias que tenho o privilégio de acompanhar. Talvez não sejam representativas da nossa população, mas verifiquei muitos pontos em comum, que julgo não serem coincidências.  Nunca as crianças “pensaram” passar uns meses tão felizes – pai e mãe (ainda que alguns a trabalhar remotamente) a acompanhá-los em permanência, em regime de 24/7. O sonho tornado realidade! Aquilo para que eles estão programados, o que está “escrito nos seus genes” feito em cada dia, todos os dias… Por isso estiveram felizes, muito felizes, a usar e abusar da paciência dos pais, que se viram obrigados a inventar brincadeiras e entreténs, quantas vezes para mais do que um filho, com idades diferentes e por isso interesses e necessidades diferentes. Mas curiosamente não ouvi queixas. Confissões de algum cansaço, sim, mas muita vontade de continuar com eles em casa. Tanto mais que otites, bronquiolites, ranhos perenes, tosses infindáveis desapareceram como por magia. Muito interessante também foi a constatação que as mães e os pais fizeram dos saltos de desenvolvimento destas crianças confinadas. Quantas vezes oiço dizer: vamos enviar para o infantário por causa do desenvolvimento. Mas agora confessam, com justificado orgulho, que enquanto estiveram em casa a “fala está muito mais desenvolvida”, as “gracinhas são tantas e tão divertidas”, “anda e corre pela casa com grande desenvoltura”, “ajuda nas atividades caseiras com prazer”. Dos “amigos” da escola quase não falam e a maior parte recusa aderir às atividades que as educadoras sugerem pelo teams/zoom/etc, ou sequer interagir por essa via. Mas agora as creches vão abrir e a preocupação é grande. Tantos são os telefonemas: como fazemos? Será seguro voltar? Ainda ontem a esse propósito o presidente da OMS, Tedros Gebrayesus dizia que a abertura das escolas (em sentido genérico presumivelmente) deve ser pensada cuidadosamente, até porque não se sabe tudo acerca da contagiosidade e manifestações da doença nas crianças. Também em relação às medidas que vão ser implementadas pelos infantários e de que saíram hoje as orientações da DGS pergunto-me como será possível serem colocadas em prática na maior parte dos infantários? E mais grave, ao serem implementadas que consequências terão para a saúde mental destas crianças: faces mascaradas, afastamentos impostos. São crianças dos 4 meses aos 3 anos, para quem o contato, o afeto, o toque são fundamentais. Ainda ontem uma das crianças que eu sigo e que acabou de fazer os 3 anos confidenciou à mãe: “Gosto muito da Dr.ª Graça, mas ontem ela estava muito feia, com aquela máscara!”. E não há criança de colo cuja mãe tenha a máscara posta, que a criança não tente denodadamente removê-la.   Quem fala comigo já há muito que sabe o modo como eu defendo que as crianças não devem ir para o infantário até aos 3 anos (pelo menos). É com a família que eles devem permanecer. Teríamos agora uma oportunidade de ouro para repensar o modo como a sociedade vê e acolhe a criança, no entanto, a opção foi por serem os primeiros “sacrificados”. É triste e preocupante, é ainda e sempre a economia a prevalecer, é o não saber pensar no futuro da nossa sociedade.
Graça Gonçalves  |  12/03/2020
Queridos utentes e amigos da Clínica Amamentos Como é do vosso conhecimento a situação epidemiológica atual ocasionada pelo vírus covid- 19, inédita e imensamente abrangente, é considerada já neste momento uma pandemia e em Portugal está a aumentar. Apesar de este vírus ter um comportamento aparentemente benigno nas crianças, elas não são poupadas à infeção e, como em todas as doenças virais respiratórias, tornam-se as grandes propagadoras, fazendo a doença chegar a toda a família, incluindo pessoas de maior risco, como os avôs. Pela nossa parte, e como modo de evitar a propagação, decidimos encerrar todas as atividades de grupo como cursos, workshops e aulas de yoga. Apenas o que puder ser feito através dos meios audiovisuais, como o workshop de BLW, terá continuidade. Temos colocado em prática todas as medidas possíveis de higienização pessoal e do ambiente, tentando mesmo evitar os nossos habituais aglomerados, sobretudo de final de dia, afastando as pessoas entre si, e observando os doentes em horários separados dos supostamente saudáveis. No entanto, dada a gravidade da situação, parece-nos importante ir mais longe nas medidas de controlo da infeção, pelo que vos lançamos o apelo a que adiem as consultas que não seja imprescindível serem feitas de imediato, como consultas anuais, ou mesmo as mensais, caso não existam motivos de preocupação com a saúde da criança. Colocamos ainda a hipótese de sermos nós a desmarcar as consultas por impossibilidade dos nossos profissionais as executarem. Nesse caso, teremos em atenção as prioridades e urgências e também para isso contamos com a vossa compreensão e auxílio. Disponibilizamo-nos, como sempre, a dar todo o apoio telefónico, por e-mail ou mensagem e se necessário faremos as consultas por WhatsApp ou Skype, caso seja exequível e desejável. Recomendamos o distanciamento social (evitar contacto próximo com outras pessoas) e a adoção de medidas de higiene das mãos, de limpeza de objetos e superfícies e de etiqueta respiratória (não espirrar, tossir ou falar em direção a outros ou para as mãos). Passem aos vossos filhos informação clara sobre como é que eles se podem proteger, incentivem os vossos filhos a fazer perguntas e a expressarem as suas ansiedades. Se tiverem dúvidas contactem o vosso pediatra. Caso existam sintomas respiratórios e possível história de contato não se dirijam à clínica nem a hospitais, liguem para a linha de saúde 24 para poderem ser testados. Desejamos, como todo o mundo, que esta situação acabe rapidamente e com o menor número de danos possível, mas estamos cientes que todos temos que contribuir. Aguardamos a decisão dos responsáveis de saúde sobre o encerramento ou não de todas as escolas, esperamos que sejam sábios na implementação das medidas de saúde pública, e que todos nós em geral saibamos ter o comportamento mais adequado.
Marta Alves  |  03/03/2020
É certo que todos precisamos de ar, água e comida para sobreviver, mas também é verdade que não conseguiríamos fazê-lo sem dormir! O sono (ou a falta dele!) tem um enorme impacto no modo como funcionam muitos dos nossos órgãos e sistemas, nomeadamente o coração e o cérebro, tendo uma função restauradora [re]conhecida e importante. Todos precisamos de dormir, sendo que isso é particularmente importante para os bebés e crianças, pois afeta o seu desenvolvimento físico e mental. Existem já diversos estudos que demonstram a importância do sono para os processos de aprendizagem, de memória e até para a motricidade, portanto, o sono deverá tornar-se numa prioridade, sendo considerada uma questão de saúde e devendo sempre (a meu ver) ser abordado de um ponto de vista holístico! Pessoalmente, acredito que quando falamos sobre o sono das crianças - sobretudo se falarmos sobre os primeiros meses após o nascimento, grande parte das questões que se colocam são enviesadas, por um lado, devido a crenças, expectativas e influências culturais (algumas muito desfasadas da realidade!), e por outro, porque há ainda muito pouco conhecimento sobre o que REALMENTE é o sono infantil, seja em relação às suas características, seja relativamente às necessidades específicas dos mais pequenos.  Parece-me importante começar por propor uma mudança de perspectiva! Não sei exatamente de onde é que terá surgido a idéia de que “dormir como um bebé” era dormir sozinho e durante longos períodos de tempo… mas sei que nos veio tramar à grande! Aos bebés, porque pura e simplesmente não têm como o fazer e aos pais porque acabam por ser colocados sob tanta pressão social, que acabam por sentir que, façam o que fizerem, nunca estarão bem – ora com a sua consciência, ora com a sociedade que insiste sempre em opinar sobre as suas opções (sejam elas quais forem)! Então, talvez devamos começar por clarificar sobre o que realmente estamos a falar quando nos referimos ao sono infantil… Mas, vamos começar esta história ao contrário! Comecemos, pois, pelo sono dos ADULTOS!  Antes de mais, é importante referir que o sono dos adultos é regido por ritmos circadianos, que são mudanças fisiológicas que seguem o ciclo das 24 horas, sendo que muitas dessas mudanças são influenciadas pela exposição à luz e à escuridão. Os ciclos de sono dos adultos duram aproximadamente 90/110 minutos. O primeiro estágio do ciclo do sono é um período de transição durante o qual o corpo e o cérebro passam de um estado de vigília para o sono. Esse período é relativamente curto, durando apenas alguns minutos (o tempo que demoramos a “adormecer”) e o sono é bastante leve, quer isto dizer que tenderemos a acordar com mais facilidade durante este estágio do sono. Aqui, o nosso corpo começa a desacelerar os seus ritmos. Os batimentos cardíacos e respiratórios diminuem e os olhos começam a relaxar. Os músculos também relaxam, mas ocasionalmente podem contrair-se (quem nunca?). Passado esse 1º estágio, nós - os adultos, atingimos o segundo estágio do sono não REM, sendo este também caracterizado por sono leve, mas em que o corpo começa já a fazer a transição para um sono mais profundo. No corpo, os batimentos cardíacos e respiratórios diminuem ainda mais, os músculos relaxam ainda mais, os movimentos dos olhos param e a temperatura do corpo diminui. O sono profundo, sono por ondas lentas – as ondas delta, é o terceiro estágio do sono não REM. Embora naturalmente o corpo complete alguns ciclos durante a noite, é sabido que o terceiro estágio ocorre em períodos mais longos durante a primeira parte da noite. No corpo, os batimentos cardíacos e respiratórios são mais baixos durante essa fase do ciclo do sono. Os músculos e os olhos também estão muito relaxados e as ondas cerebrais tornam-se ainda mais lentas, fazendo com que possa ser muito difícil acordar alguém. É normalmente durante este estágio que ocorrem distúrbios do sono, como por exemplo o sonambulismo. Cerca de 70-90 minutos após adormecer, os adultos atingem a fase de sono REM (Rapid Eye Movement ou sono paradoxal). Durante esta fase do sono, os olhos movimentam-se (às vezes freneticamente!) por detrás das pálpebras fechadas. No sono REM, as ondas cerebrais começam a assemelhar-se às ondas cerebrais do estado de vigília e os batimentos cardíacos e a respiração aceleram novamente. É durante o sono REM que ocorrem a maioria dos sonhos. O cérebro dá ordem para “paralisar” temporariamente os braços e as pernas para impedir que o corpo atue nesses sonhos e, assim, ficamos em atonia muscular. No final deste ciclo do sono e, se não houver nenhum desconforto ou inquietação, voltamos a entrar no estágio 1 novamente e por aí a fora... Os despertares parciais (despertares breves) são comuns aquando da transição entre os ciclos do sono, mas podem ocorrer despertares mais significativos a cada 2/3 ciclos. Com alguma sorte, voltaremos novamente a adormecer sem que disso tenhamos sequer registo ou, na pior das hipóteses, afofamos a almofada e viramo-nos para o outro lado. Se estivermos desconfortáveis, com frio, fome, sede ou… nos sentirmos inseguros, é muito provável que despertemos MESMO e acabemos até por ter que nos levantar e ir resolver aquilo que nos está a molestar. Será isto assim tão estranho para um adulto? E para um bebé?!? Reconheceram-se? O.K. Então agora, façamos como os Monty Phyton… “and now for something completely different!” esqueçam tudo o que vos disse porque vamos falar do sono dos mais pequenos! Importa saber que os bebés começam a ter ciclos do sono cerca das 28/30 semanas de gestação e por volta das 36/38 semanas os bebés até já têm ciclos de sono bastante regulares.  Quando os bebés nascem, os ritmos circadianos ainda se estão a desenvolver e a “confusão” entre sono diurno e noturno é absolutamente normal, sendo que os nossos avós até diziam que “os bebés são da noite!”. Isto acontece, não só porque a mãe natureza é sábia e era quando nós, mães, parávamos (normalmente à noite) que os nossos bebés ficavam mais activos, mas também porque os seus pequenos estômagos precisam de ser alimentados com frequência! Diz-se que são necessários cerca de 3 a 4 meses para que os bebés desenvolvam ritmos circadianos maduros. Porém, pesquisas já confirmaram que o tempo necessário pode variar e que até há bebés que conseguem “sincronizar-se” mais cedo, se lhes formos fornecendo as dicas ambientais adequadas. Sabemos agora o enorme impacto que a luz tem no "relógio biológico" dos nossos pequeninos e que a sua exposição a ela pode e deve ser usada de forma sensível e consciente. É também de referir que os ciclos de sono dos recém-nascidos são mais curtos - cerca de 40/45 a 55/60 minutos (em média) e os bebés geralmente começam logo os seus períodos de sono no equivalente recém-nascido ao REM - aqui chamado de "sono ativo". Alguns estudos mostram que não é incomum que os recém-nascidos gastem mais da metade do seu tempo total de sono em sono ativo (Grigg-Damberger 2016) chegando mesmo aos 75% (Poblano et al 2007; Sadeh et al 1996). Ora, não sobra muito tempo para o sono profundo, pois não?!? E querem saber porquê? Porque a mãe natureza é sábia! Ah, espera, eu já disse isto… O sono activo, (o tal equiparado ao sono REM) parece ser mais importante do que se pensava para o desenvolvimento do cérebro dos bebés (Siegel 2005), sendo nesta fase que se "organizam" as suas vivências e em que o cérebro aproveita para testar as suas ligações, nomeadamente aos nervos com ligações músculo-esqueléticas. Durante o sono ativo, ao contrário dos adultos durante o REM, os bebés pequenos geralmente não apresentam atonia muscular. Como eles se mexem, contraindo e esticando braços e pernas, vocalizando, rindo e, é claro, também… chorando, é frequente os pais serem “enganados” ou seja, levados a crer que os seus bebés estão a acordar, quando na verdade estão “apenas” a SONHAR! Isso pode fazer com que os pais interajam para acalmar o seu bebé no momento… ops!... errado  E, aqui sim, existe uma semelhança pois, os bebés pequenos também têm maior probabilidade de acordar durante o sono REM ou imediatamente a seguir, tal como nós adultos fazemos (Akerstedt et al 2002) e também durante as transições entre os ciclos do sono! Ou seja, qual é a probabilidade do nosso bebé acordar? Pois, é alta, é… Ah, mas os bebés pequeninos também experimentam algo mais ou menos análogo ao nosso sono profundo, o chamado "sono tranquilo". O sono tranquilo é caracterizado por uma respiração mais lenta e rítmica (Grigg-Damberger 2016). Nesta fase torna-se mais difícil para o bebé despertar, o que nos faria dar pulinhos (silenciosos!) de contentamento! Mas a verdade é que também pode ser problemático se, por exemplo, o bebé tiver uma flutuação nos seus níveis de oxigénio. Pensa-se, então, que isto faz parte de um mecanismo de proteção contra a Síndrome de Morte Súbita do Lactente (SMSL ou SIDS) e, portanto, nos primeiros meses, o ciclo típico de sono de 45 a 60 minutos inclui apenas cerca de 20 minutos de sono dito "profundo". O resto do tempo, os bebés estão em "sono activo" ou em "sono de transição". Já vos disse que a mãe natur… sim? isso! Resta dizer que a duração total de sono diário varia bastante, é claro, no entanto sabe-se que cerca de metade dos bebés entre os 0 e os 3 meses dormem entre 13 e 16 horas em cada 24 horas, em sonos (mais ou menos) curtinhos e espalhados ao longo do dia. Gradualmente, à medida que os meses vão passando, o sono vai-se tornando mais “organizado” e mais nocturno, o que não significa que os bebés durmam a noite toda, que é como quem diz dormir 5 horas seguidas! Foi feito um estudo com crianças americanas, em que mais de 15% dos pais relataram que seus bebés de 12 meses ainda não haviam atingido esse marco (Henderson et al 2010). É, pois, normal que bebés desta idade ainda acordem 3-4 vezes a cada noite. Ou até mais! Porque cada bebé é um bebé. Mas, por agora, voltemos atrás, aos primeiros meses após o nascimento! Para referir quão desafiadores e exigentes podem ser para os novos pais, especialmente para as novas mães, porque, como já foi referido, a MÃE NATUREZA faz com que os nossos bebés acordem frequentemente, não apenas para se alimentarem, mas também por causa de seus ciclos mais curtos e características de sono mais leves. Então, é um fato: os bebés acordam com frequência. Mas tudo ao redor destes novos pais parece "gritar" que os bebés devem dormir no berço por longas horas sem acordar, sem ser para serem alimentados ou para trocar a fralda. O que mais eles poderiam precisar??? Hoje sabemos que as necessidades dos bebés vão muito além de uma barriguinha cheia e um rabo limpo... que às vezes eles acordam "apenas" porque precisam de contato físico, para saberem que estão seguros! E que quanto mais seguros se sentirem, mais facilmente voltarão a adormecer. E que, muitas vezes, os bebés não acordam para mamar… mamam é para adormecer! Sabiam que entre os vários componentes maravilhosos e surpreendentes do leite materno, está o triptofano, um aminoácido usado pelo organismo para ajudar a fabricar melatonina? Os níveis de triptofano no leite materno aumentam e diminuem de acordo com os ritmos circadianos da mãe, e quando os bebés consomem triptofano antes de dormir, adormecem mais rapidamente (Steinberg et al 1992). Não é lindo? Melhor é impossível! Mas, e porque é que o meu bebé acorda sempre que o pouso no berço? Ah, essa é fácil! Toda a gente sabe que os berços têm picos!  Vá, picos, picos, não têm… mas é como se tivessem. Os bebés precisam de se sentir seguros para poderem relaxar e enfim, dormir e, muitos deles, para se sentirem seguros, precisam do nosso toque, do nosso cheiro, de sentirem a nossa respiração e o nosso coração a bater pertinho do deles... Tal como tinham durante as cerca de 40 semanas que estiveram no forninho. E, já do lado de fora, tal como o temos feito ao longo de uns bons milhões de anos! Na verdade, esta necessidade de contacto físico é mais intensa nuns bebés do que noutros. E eu sei-o bem, porque tenho 2 crias com 2 registos tão distintos cá por casa! Aos bebés que dormem descansados no seu bercinho não os vamos obrigar a dormir ao colo, pois não? Então e aos que não estão [ainda!] preparados para dormir sozinhos e querem é o nosso colo? Vamos obriga-los a ficar no berço??? Bom, claro que cada progenitor será soberano sobre as suas decisões parentais e não sou eu que vou obrigar ninguém a fazer ou deixar de fazer o que quer que seja… Cabe-me apenas informar e desmistificar.  Na verdade, o sono só será um problema se fizermos dele um problema… Lembro-me de há tempos, enquanto estudava, ler uma frase que me pareceu bastante interessante. Fica um bocadinho "lost in translation" 😅, mas aqui vai: Sabias que quase toda a pesquisa que existe sobre o sono vem de países Ocidentais (Western), Educados (Educated), industrializados (Industrialised), Ricos (Rich) e Democráticos (Democratic) (ou seja W.E.I.R.D. que significa estranho ou esquisito)? A verdade é que a pesquisa do sono é fortemente centrada no Ocidente e também na população caucasiana, como se apenas "nós" estivéssemos a fazer o que é certo e todo o resto do mundo andasse a disparatar, fazendo o errado. Pensando nisso, não vos parece um bocadinho estranho? Estamos actualmente a braços com questões (crenças!) muitas delas fruto da forma como nós próprios fomos educados. Por um lado, endeusou-se o “bebé independente”, quando já sabemos tão bem que (ainda!) não o conseguem ser e, por outro lado, diabolizou-se a cama compartilhada, quando na verdade foi esta a norma biológica desde tempo imemoriais e ainda o é, em muitas partes do mundo!  Somos sempre livres de escolher a opção que mais nos convém, é claro! Mas, se por acaso até nos calhou um bebé que precisa - como é normal e fisiológico - de mais contacto físico, é bem provável que não cheguemos a dormir grande coisa, se insistirmos em que durma no seu berço…  E, dependendo do bebé que tenhamos, podem até criar-se associações menos positivas relativamente ao sono. É que o chip que vem instalado de série no nosso bebé e que fez com que tivéssemos sobrevivido até hoje enquanto espécie, faz com que ele procure a segurança dos [a]braços de um cuidador de referência, pois só assim (a tal da boa e velha mãe natureza!) garante que terá os cuidados necessários. E não adianta explicar-lhe que está no séc. XXI numa caminha fofinha e segura em Portugal, país à beira mar plantado. O chip de série é tramado e não vai nisso! Então, o que fazer? Para mim a resposta em bastante simples: Dormir! Como funcionar melhor para cada família, desde que em segurança. Dormir! Porque é coisa boa e tão necessária para miúdos e graúdos! Se insistirmos em “lutar” com um bebé, haverá a forte probabilidade de ele ganhar. Chama-se vencer pelo cansaço e, em muitos casos, foi o que os nossos pais fizeram connosco, deixando-nos a chorar “para abrir os pulmões” e para que fossemos mais…“independentes” (olha que bem que isso funcionou - #SóQueNão!). Quando um bebé não se sente seguro, há maior probabilidade de lhe custar a adormecer ou de vir a acordar mais frequentemente. Adivinhem lá: tal como acontece connosco – os adultos, certo? Esses despertares vão criando as tais associações menos boas ao sono (do tipo “mas porque é que a minha mãe desaparece sempre que eu fecho os olhos?”) e essas disrupções que se criam, vão fazendo com que os bebés estejam cada vez mais exaustos. E os seus pais também! Quanto mais cansado fica o bebé, mais difícil é adormecê-lo e mais difícil é mantê-lo a dormir. Ah! Aí vamos nós, em modo "pescadinha de rabo na boca"! Sei que parece um contra-senso, mas a grande maioria dos bebés que me chegam à consulta estão em total deficit de sono e já lhes é muito difícil conseguirem “desligar” e muito menos sem ajuda. O que o mito da auto-regulação nos veio trazer… Pobres bebés, que (ainda!) não têm como o fazê-lo!  Quanto menos dormem e mais frequentemente acordam os nossos bebés, mais cansadas ficamos nós, as suas mães! O cansaço extremo faz com que estejamos cada vez menos disponíveis, o que é absolutamente natural. Mas também é natural que, ao sentir uma mãe mais cansada e emocionalmente mais frágil, o bebé fique mais alerta e reactivo ou não estivéssemos nós em “fusão emocional” (Laura Gutman in “A Maternidade e o encontro com a própria sombra”). Tem vindo a ser estudado o impacto do bem-estar emocional das mães e, enfim, das famílias, no que toca ao sono dos nossos pequeninos… Oh, Marta, então estás a dizer que não se pode fazer nada??? Claro que não! Estou só a dizer que para agir sobre, é necessário entender o sono dos bebés e, como tal, precisamos de o abordar de forma holística e integrada, entendendo-o sob os diferentes pontos de vista: o neurológico (a maneira como o sono se organiza), o biológico (como o sono funciona) e o comportamental (os “rituais” e aquilo que os pais podem dizer e fazer). Se não o fizermos desta forma, bem podemos usar mézinhas, óleos e rezas, que provavelmente não irão funcionar... Quando os bebés atingem um estado de desenvolvimento neurológico que já lhes permite dormir por períodos mais longos, quando estamos em sintonia com os ritmos circadianos, quando existe entendimento sobre a produção hormonal, tirando partido dos momentos de aumento de melatonina no organismo, quando criamos associações positivas (comportamentais) e removemos as associações negativas (se as houver)... Respeitando os sinais de cansaço e tirando partido também das “janelas”, tentando que o bebé não fique demasiado cansado e trabalhando com as “fundações” (do sono), é quando teremos tudo em sintonia para que o sono ideal aconteça!  É neste processo que vos posso ajudar! Com o entendimento de que pode não acontecer com a rapidez de um “treino de sono”, que poderá levar algum tempo – o necessário, mas que é certo que chegaremos lá! Com respeito, gentileza e empatia. E sem choros desnecessários…  Tendo tudo isto em conta, acredito que se torna mais fácil agir (ao contrário de reagir!), abraçando a situação que estamos a viver, em vez de combatê-la. Assim, podendo passar por isto de maneira mais fluída e suave para nós, pais e para os nossos bebés. Construindo uma boa relação com o sono que, espera-se, possa durar uma vida, para que todos possam descansar mais e melhor!  Agora, talvez a expressão “dormir como um bebé”, já vá ser encarada com outros olhos…
Marta Alves  |  11/07/2019
Imagina-te bebé ... Imagina como ao longo de cerca de 40 semanas foi bom e securizante estar permanentemente embalado, num ninho quentinho e com "bar aberto" 24/7 ... Imagina que era quando estava escuro, que a mamã insistia em parar o seu corpo e aquele embalinho gostoso que te fazia dormir tão descansado cessava, fazendo com que, então, tu acordasses para a vida ... Imagina a sensação de contenção, que te abraçava e fazia com que fosse fácil encontrares uma mão, um cordão umbilical ou mesmo um pé, onde pudesses chuchar ... Imagina os sons filtrados que chegam do exterior e todos os ruídos que fazem os processos digestivos, o sangue que corre e o coração da tua mamã, que bate sempre sem parar tumtum, tumtum, tumtum ... Um dia... Um dia tudo isso acabou. Um dia querem convencer-te que bom, bom é dormires SÓZINHO naquele berço tão grande, que até parece não ter limites. Um dia, de repente, é o SILÊNCIO que impera ... Um dia tens um sistema digestivo que tem que se habituar a um novo modo de funcionar e que te dá desconfortos e te faz dar puns e fazer cocós, que depois ficam colados ao teu corpo . Um dia decidem vestir-te aquela roupinha especial, oferecida pela avó querida, mas que é tão cheia de botões, folhos e golinhas... logo a ti, que até há pouco, andavas nu(a) a nadar numa água quentinha ! E depois chega alguém e pergunta se tu estás a ser um "bebé bonzinho"! Não, tu não "estás a ser bonzinho"... O que tu ÉS é um BEBÉ [maravilhoso] que, como todos os bebés, apenas busca aquilo que lhe é FAMILIAR e que te SECURIZA! Buscas a contenção dos [a]braços, o coração que bate pertinho e a voz... ah! aquela voz que te [en]cantava e que já [re]conhecias tão bem, quando ainda estavas lá dentro ! Diz-lhes que não precisas que te "treinem" para dormir, porque é coisa que até já fazias antes de nascer ... Pede-lhes que parem de comparar o teu sono com o dos adultos, porque essa de "dormir como um bebé" já era ! Explica-lhes que para dormires, só precisas de te sentir seguro, de ter a certeza que, sempre que precisares, alguém te vem acudir! Seja fome, má disposição ou desconforto... ou apenas porque estás sózinho e não é suposto saberes o que fazer com isso, porque nunca assim estiveste ! Conta-lhes o teu segredo: o leite da tua mamã é MESMO o melhor do mundo para ti! E o sítio por onde ele sai naturalmente, o mais desejado, seja para te alimentar, seja para poderes continuar a fazer a tua sucção não nutritiva ! E conta-lhes a verdade... Que és APENAS um bebé e que não podem esperar que te habitues e aprendas de repente todas estas coisas que ainda são tão pouco naturais para ti! Depois, securiza-os... Qualquer dia irás ganhar mais maturidade e atingir um estado de desenvolvimento neurológico que já te vai permite dormir por mais tempo... É muito possível que esse processo não aconteça imediatamente, simplesmente porque os bebés não foram feitos para dormir a noite inteira desde há muitos milhares de anos ... Pode demorar, mas garante-lhes que hás-de chegará lá! E,agora que já acabaste de me ler, peço-te que voltes a trazer consciência ao teu estado de ADULT@ e deixa-me fazer-te uma pergunta... Tu gostas mesmo de dormir SÓZINH@ ???
Margarida Gonçalves  |  29/05/2019
Eu não tenho filhos, por isso, não vou partilhar convosco uma experiência pessoal de maternidade. Vou falar-vos da experiência da minha avó. A minha avó nasceu no dia 31 de Agosto de 1939 - no dia seguinte deu-se o início oficial da segunda grande guerra mundial, factos que ela gosta de realçar como se um tivesse sido consequência do outro.  Infelizmente, a minha avó tem diabetes tipo II, o mais provável foi também ter tido diabetes gestacional, e isto acarreta consequências. Hoje em dia a minha avó sofre de demência. Uns dias está cá e outros nem por isso. Do que ela se lembra mais vivamente é do passado, tendo uma grande incapacidade para formar novas memórias. Todos os dias, ao fim da tarde, a minha avó vem ter connosco à Clínica, e fica encarregue do turno da noite, como nós gostamos de brincar com ela. Ela sobretudo faz a sua soneca e depois ajuda-nos a fechar a clínica, empilha as cadeiras e arruma os brinquedos Eu acho que ela gosta de cá estar por estar connosco, e em especial também porque, ao ajudar-nos, até se esquece das maleitas que tem. Hoje, antes de começar a sua sesta, estive um bocadinho com ela. Queixou-se de lhe doerem os pés – tem uns sapatos novos e insiste em usá-los porque são fresquinhos e, diz ela, muito confortáveis... Não podemos contradizer uma senhora, não é verdade?!... Contou-me hoje a sua experiência de amamentação, história que eu nunca lhe tinha ouvido. A minha avó teve dois filhos, uma menina primeiro, aos 18 anos (a minha mãe), e depois um rapaz aos 23. Disse-me então que, quando a minha mãe nasceu, o leite não apareceu logo e que o meu avô (jovem farmacêutico de 19 anos) tinha dito que ”ia já buscar o pó”, ao que ela perentoriamente contrapôs: “Não! A força do leite só vem umas horas depois da criança nascer”. Quando o leite apareceu, ficou com as mamas tão grandes que quase não lhes via os bicos. E depois, durante o período em que amamentou a minha mãe, quando sentia que as mamas começavam a encher e a minha mãe ainda continuava placidamente a dormir, ela sentia o leite a sair e a escorrer por ela abaixo e pela cadeira, acabando no chão. A minha avó contou-me isto com grande orgulho e muitas gargalhadas. Orgulho de ter dado leite à filha, orgulho de ter dito que não ao marido (e ele lhe ter eventualmente dado razão) e orgulho no leite tão abundante que jorrava para o chão. Disse-me ela enquando ria: “Eu era uma vaca leiteira!”; e depois a conversa virou para as vacas nos Açores e os imensos prados de que dispõem para pastar. É uma coisa que acontece com frequência nestas nossas conversas: perde o fio à meada e começa noutro tópico.  Mas, nesta conversa com a minha avó, aprendi duas coisas: “A Força do Leite” – neste tempo todo na clínica nunca tinha ouvido esta expressão. O nosso típico “subida ou descida” do leite era, na altura da minha avó, a força do leite. Achei o termo delicioso, e muito mais adequado. A força! (A geek de Starwars em mim fez redobrar o meu sentimento de respeito pela minha avó); É espantoso como estas experiências de maternidade lhe permanecem na memória mesmo apesar da idade, apesar das hipoglicémias e da demência. Espero que ela nunca se esqueça destas experiências que a deixaram tão feliz..  
Marta Alves  |  12/12/2018
O bebé feliz tantas vezes não é o bebé sonhado e idealizado por nós... O nosso bebé idealizado é como os dos anúncios, cor-de-rosinha e roliço, porque mamou logo lindamente e assim continua a fazê-lo. Mostra os seus vários sorrisos enquanto dorme sozinho no seu berço, perdido em sonhos, fazendo sestas de 6 horas seguidas. É aqui, que frequentemente começa o nosso desafio enquanto mães...  [Re]conhecer que aquele pequeno ser, que acalantámos no ventre e que agora nasceu, não cabe nessa "caixa" tão perfeitinha. Talvez o nosso bebé tenha nascido e não tenha conseguido logo pegar bem na maminha… Talvez estejamos cheias de dores, mas como sempre ouvimos dizer que "mãe sofre" e que é preciso “criar calo”, achamos que é normal e que vai passar...  Talvez tenhamos tido “ajuda” de um profissional de saúde que nos deu bicos de silicone (que tendencialmente irão causar mais mal do que bem, fazendo com que o nosso bebé ingira menos leite e nos baixe a produção)… ou talvez lhe tenham dado logo um biberon com leite artificial certeza que era uma hipoglicémia (tantas vezes medida na hora “errada”)… Chegamos a casa com o nosso bebé, que não só não dorme nem perto de 6 horas seguidas, muito menos sozinho no berço, como até passa o dia (e a noite!) a pedir mama… de hora a hora! Vem a sogra e diz "Coitadinho, se chora tanto é porque está cheio de fome! Dever ser o teu leite que é fraco e que não o alimenta..." e a tão bem intencionada amiga, opina "Claro, chora porque está sempre ao colo! Estás a habituá-lo mal!" Todos parecem saber melhor do que nós, aquilo que o nosso bebé precisa e fazem questão de partilhá-lo connosco, pondo-nos a questionar se seremos assim tão boas mães. Depois vem o peso... Ah! O peso! Temos um pediatra que se rege pelos percentis "by the book" ou há aquela enfermeira do Centro de saúde que nos cobra cada grama que o nosso bebé não ganhou e já começa a falar em leite de lata… Se juntarmos tudo isto ao cansaço e à privação de sono, teremos um cocktail perfeito para que tudo comece a descambar! Então, essa é a 1ª premissa do bebé FELIZ: começarmos por gerir as nossas expectativas! É essencial que o façamos, porque os bebés como os dos anúncios, afinal, não são a regra, são sim a excepção. Se temos um bebé que nos magoa a mamar (e que talvez nem esteja a ingerir o leite que devia para se alimentar), buscamos ajuda competente! E rápido, porque cada hora que passa, é uma hora a mais que estamos em sofrimento (quase sempre) desnecessário e que o nosso bebé poderia estar a mamar de forma mais eficiente e prazerosa. E é uma hora que podemos estar mais perto de uma lata de leite! Se temos um bebé que pede colo a toda a hora? Parabéns, o nosso bebé é apenas um bebé "normal"! Pensando de um modo mais lato, esta coisa do “bebé independente" é bastante recente em termos de história da evolução da espécie humana e bastante insignificante em termos geográficos, se pensarmos no espaço que as sociedades (supostamente) desenvolvidas ocupam no mapa do mundo - as tais sociedades que pedem a um bebé que ainda não se alimenta sozinho e nem consegue regular a sua temperatura corporal, que seja independente... Bem vistas as coisas, se era para ficarem mal habituados, creio que o facto de terem andado embalados e com bar aberto 24/7 ao longo de perto de 40 semanas, devem ter sido mais do que suficientes. Ou acham mesmo que era só agora, por já estarem cá do lado de fora? Dizem os antropólogos que vivíamos em tribo e que mães e bebés eram acolhidos nas suas necessidades… e que os bebés nasceram para ser carregados pelos seus cuidadores (sempre que possível, a sua mãe)! O que teria acontecido se há cerca de 3 milhões de anos atrás tivéssemos sido deixados sozinhos a chorar? Será que estaríamos aqui hoje para contar a história? Ou teríamos sido comidos por um qualquer predador? Hoje vivemos num mundo altamente tecnológico, mas os nossos bebés não mudaram assim tanto. Os bebés precisam do nosso cheiro, do nosso contacto, da nossa pele para que se sintam seguros. Para que sintam que "chegaram a casa".  Precisam de mama, não só para se alimentarem, mas para muito, muito mais e já sabemos tanto hoje sobre o importante papel da sucção não nutritiva (e não, eles não estão a fazer das nossas mamas uma chucha, porque as nossas mamas já por cá andavam há muito, quando estas últimas chegaram)! Então, afinal, o que é que é preciso para termos um bebé feliz? Salvo as devidas excepções (com alguma patologia que deva ser encaminhada para um profissional de saúde), os bebés recém-nascidos não precisam assim de tanta coisa... Precisam de colo, mama e rabiosques limpos de vez em quando. Precisam que desliguemos mais a parte racional, que nos faz olhar para o relógio e pôr-nos em causa a cada novo bitaite de alguém, que fujamos a sete pés do Dr. Google se nos aparecer com teorias sobre treinos do sono e sobre deixar chorar os bebés “manhosos”... Precisam que sejamos mais mamíferos e menos racionais! Hoje já não vivemos em tribo e sim numa sociedade desafiante, que faz com que sintamos que temos que estar perfeitas 5 minutos após o parto e que, já agora, continuemos com a casa limpa e arrumada e a roupa lavada, passada e pendurada nos cabides. Então, quando o nosso bebé (finalmente) dorme, em vez de descansarmos com ele, vamos a correr (tentar) pôr tudo em ordem. E o resultado é ficarmos ainda mais exaustas…  Tivemos um bebé! E, na minha modesta opinião, é nesse pequeno ser e no nosso bem-estar que nos devemos centrar neste momento.  Daqui a 5 anos ninguém se vai lembrar de como estava a casa. E quando olharmos para as nossas fotos dessa altura, espero que possamos olhar-nos com amor e gentileza por nós próprias.  Aos poucos, vamo-nos (re)conhecendo, neste (novo) papel de mulher-mãe. Aos poucos, vamos voltando ao nosso corpo.  Aos poucos, a vida vai-se arrumando.  E o tempo que passámos a nutrirmo-nos e ao nosso bebé é único e irrepetível! O que é HAPPYbaby? Há momentos em que sentimos que os bebés pequeninos deviam vir com manual de instruções...  HAPPYbaby foi criado a pensar nos desafios e necessidades dos novos pais, como um momento de calma, empoderamento e apoio ao 1º trimestre, promovendo uma parentalidade mais confiante, suave e consciente. Vamos parar, RESPIRAR, observar com os olhos do coração e, perceber o que os nossos bebés nos estão a tentar dizer. Abordamos as diferentes necessidades de ambas as partes e, em conjunto, procuramos o melhor modo as acolher. HAPPYbaby existe em 2 formatos: - Grupo (workshop ou Círculo de mães), vivendo da dinâmica de voltar à tribo, partilhando emoções, estados de alma e vivências, com quem está a passar pelo mesmo que nós. - Consulta individualizada, permitindo uma atenção mais personalizada às necessidades específicas de cada bebé e de cada família. Proporcionamos ferramentas que permitam aos pais "ler" melhor as dicas transmitidas pelo bebé, bem como vários exercícios e técnicas do Baby Yoga, Developmental Baby Massage, Massagem Shantala, Reflexologia Podal Infantil e Babywearing, assim partilhando estratégias que promovem o vínculo, o relaxamento mútuo e oferecem alívio para os principais traumas e queixas infantis mais comuns, como o refluxo, a obstipação ou as tão famigeradas “cólicas”! Os princípios da Developmental Baby Massage (Massagem Terapêutica de Desenvolvimento Infantil) têm sustentação na neurociência e na psicodinâmica e os benefícios do Baby Yoga e do babywearing são reconhecidos tanto pelos seus praticantes, como pela comunidade científica. Através de movimentos e posturas adaptados à realidade multissensorial e corporal dos bebés, do toque, do contacto físico e afetivo, promove-se o desenvolvimento saudável e integral e a relação emocional entre papás e os seus bebés, proporcionando mais harmonia e aumentando a sua autoconfiança. No final, bebés mais calmos e relaxados. E as suas famílias também!