CLARISSE, E A IMPORTÂNCIA DE UM BOM COMEÇO
Carlota Veiga de Macedo

Vou começar pelo princípio... Bem, não propriamente o princípio, mas o dia zero da Clarisse (há exactamente 1 ano atrás). 
Confesso que foi diferente relativamente aos outros partos. Os meus partos são fáceis, fáceis no aspecto que são rápidos e consigo gerir a dor sem recorrer a anestesia (só depois de 3 partos soube que fazia hypnobirthing instintivamente) pelo que tudo sempre correu sobre rodas... Agora neste houve uma diferença... Eu estava informada, não só informada, mas convicta, empoderada! (Nem sempre a informação chega... A ansiedade, a dúvida costumam mandar a informação pelo ralo abaixo). 

Então fiz tudo a que eu e a Clarisse tínhamos direito, sabem os planos de parto? não fiz mas se tivesse feito era assim, parto muito respeitado sem interferências, e mal nasce a Clarisse veio para cima de mim... E ali ficou! Passado uns largos minutos cortaram o cordão e ela manteve-se colada a mim. Quando se sentiu preparada foi à mama e alí ficou umas 2h. 

No hospital há sempre aqueles pormenores da vit K e da pesagem e etc... Vit K foi dada em pele com pele. Pesagem... há pressa? Perguntava eu já sabendo a resposta... Haver não há mas queriam registar o parto e sem esse valor não o conseguiam... Não quero saber, o registo que espere. E ali estivemos no namoro... Conseguia escrever de modo mais científico falando da importância deste momento para a relação, vinculo, amamentação, das hormonas envolvidas, etc... Mas não... É mágico, eu estava pura emoção, olhava para ela e caiam-me lágrimas, e essa sensação ainda hoje se mantém.

Eu amo incondicionalmente todos os meus filhos, mas dos outros fui sempre atropelada pela cultura, "tem de dar banho mal nasce" "tem de vestir a primeira roupinha" "tem de ficar no berço" tem, tem, tem... Isso acaba por atordoar emoções e cria ansiedades, porque foge da norma! Nós somos mamíferos!! Precisamos do contacto pele a pele! E não é daquela coisa contada em minutos, "check! Já fez contacto pele a pele!" É um contínuo... É o inclusive vestir a roupa quando mãe e bebé se sentirem preparados e mal queiram voltar ao contacto, e ficarem assim, juntos até o bebé e a mãe se sentirem preparados (o que pode durar uns meses). 

Esta maneira, que há quem diga que é moderna mas eu digo, mais primitiva de se estar traz ao de cima não só as emoções já faladas mas uma sintonia mãe bebé brutal, uma comunicação não verbal difícil de se alcançar quando tudo envolve regras e consequentemente distância. Vistam-se com o vosso bebé! O parto não é o fim da gravidez! Acreditem que faz diferença!

#Parto #Hypnobirthing #PeleComPele #Amamentação #Imprint #Gravidez #Exterogestação

Carlota Veiga de Macedo

A Carlota é mãe de 4 filhos, sendo que só os últimos 2 tiveram a sorte de ter uma boa experiência de amamentação e BLW (aliás, relativamente ao BLW, a quarta há-de ter ;-)).

A Carlota encontrou a sua vocação em Pediatria e no apoio à amamentação através de um acumular de experiências e encontros que lhe tocaram muito.